Não
conheço ninguém que goste de ser traído. Alguns aceitam por amar demais seus
parceiros, mas aceitar não é gostar. Por isso demorei a entender as fantasias
de meu marido. Só agora, vendo a intensidade do prazer que ele está
experimentando, sentado atrás de mim e podendo vivenciar todo meu orgasmo e
percebendo todo o prazer que se espalha pelo meu corpo enquanto outro homem me
possui com a sua colaboração, compreendi o que ele buscava para colorir nosso
casamento.
Luís,
o macho que está me possuindo, finalmente abandonou meu corpo por curtos
instantes enquanto pega e aplica o KY na clara intensão de comer minha
bundinha. Nestes instantes, trocando beijos apaixonados com meu marido, revejo
toda estratégia que ele utilizou para me jogar nesta cama.
As
festas de fim de ano de minha empresa são maravilhosas. A deste ano foi, sem
dúvida, a melhor de todas. Acho até que vou ser promovida.
A
multinacional onde trabalho gosta de incentivar a vida em família e faz questão
que nas festas que ela promove os parceiros de seus funcionários estejam
presentes. Meu marido sempre implicou com isso e garantiu que este ano não
iria. Fiquei preocupada. Não gostaria de ser a única a não ter o marido ao seu
lado.
Mais
uma vez, naquele fim de tarde, usei todo o meu charme e poder de convencimento
para convencer meu marido a me acompanhar. Ele me impôs uma única condição. Eu
usaria a calcinha que ele me indicasse sem qualquer questionamento até a nossa
volta.
Porque
ele não disse antes. Topei aos pulinhos. Corri para o meu banho e quando
cheguei no quarto ele já havia separado seu melhor terno e também foi tomar
banho. Ele não podia imaginar como eu fiquei feliz com aquela aceitação ao meu
pedido.
Estava
arrumando-me: cabelo, maquiagem etc. e pedi a ele que me indicasse a calcinha
que eu deveria por já que talvez eu tivesse que escolher outra roupa. Eu
colocara na poltrona uma calcinha e um sutiã vermelhos e para minha surpresa
ele tira de uma caixinha de joias uma calcinha vermelha muito parecida coma que
eu escolhera. Sorri e peguei a calcinha na hora.
A
calcinha era pesada e fui olhar melhor aquela peça. Ela possuía um pequeno
bolso interno e dentro dele estava um aperelhinho metálico. Peguei, olhei e,
com cara de babaca. quase deixei aquele mini vibrador ir ao chão quando de
repente ele se fez vibrar em minha mão.
Meu
marido sorriu mostrando-me o controle remoto que aumentava e diminuía a
intensidade das vibrações. Louco. Mas era melhor não discutir. Usei a danada da
calcinha sem nada entender.
Quando
chegamos a festa senti uma leve vibração e aquilo não chegou nem a me
incomodar. Mas na medida que começaram os cumprimentos Fabio fazia a vibração dar
um pequeno pico cada vez que eu era beijada por alguém. Não importava se era
homem ou mulher. A cada beijo um pulso de vibração mais forte me atingia e logo
o aparelho voltava a manter a leve vibração não me permitindo esquecê-lo e,
agora, sentindo ele me fustigar e acender meu fogo a cada passo e ainda mais a
cada beijo.
Quando
cheguei na mesa reservada para nós que sentei é que percebi que aquilo era
poderoso. Eu me vi movendo as pernas e buscando posição para que aquilo ficasse
ainda mais gostoso.
Fomos
dançar e tive meu primeiro orgasmo. Fabio comandava o aparelho com maestria e conforme
me acariciava ou beijava me fazia experimentar diferentes níveis de vibração. Mas
foi um gozo manso e delicioso, As pernas logo pararam de tremer enquanto
voltávamos para a mesa com a vibração inicial mantida.
Ele
me fez ter três destes orgasmos mansos. Mas Luís, diretor regional da empresa,
me tirou para dançar, o que era comum. Ele então, que era um verdadeiro pé de
valsa, era até cobiçado pelas mulheres cujos maridos nunca dançam.
Consultei
Fábio com um simples olhar e ele abriu um franco sorriso para Luís. Me
espantei, esperava que ele fosse acionar mais intensidade ao vibrador, mas que
nada. Eu também esperava que a certa distância o controle remoto parasse de
funcionar e aquela delícia pararia de me torturar. Aquilo estava deixando-me
lívida por sexo.
Tocava
uma lambada gostosa e Luís, exímio dançarino, prometia proporcionar-me momentos
bem agradáveis. Só que eu não contava com uma função especial daquele
aparelhinho infernal. O danado não só aumentara a intensidade como seguia o
ritmo da música vibrando cadenciadamente e me levando à loucura. O que fazer
quando o orgasmo fosse inevitável e me consumisse.
A
libido torpedeou meu cérebro. O racional me abandonou e a mulher animal e
instintiva ia tomando conta de mim e eu me entregava àquela dança com toda
vulgaridade que meu desejo exigia.
A
perna de Luís entre as minhas coxas tocava minha virilha pressionando ainda
mais o maldito vibrador e eu tentava, mesmo sabendo que seria em vão, conter
meu orgasmo.
Meu
imenso esforço se voltou contra mim e quando o orgasmo explodiu não mais quis
ir embora. Eu gemia e me agarrava ao Luís para não perder o equilíbrio. Mordia
o ombro de seu paletó. Me agarrava em seus cabelos. Claro que a ausência de
fôlego e a falta de ritmo de minha respiração deixava claro que eu estava
gozando.
-
Adorei esse vibrador Taís. Onde você conseguiu essa maravilha?
Foi
aí que cometi meu grande erro. Gozando alucinadamente nem tentei mentir.
-
Meu marido fez questão que eu usasse, foi a condição imposta para ele me
acompanhar.
-
Então é ele que está comandando a intensidade deste vibrador?
-
Aquele filho da puta está acabando comigo! Está delicioso. Estou adorando gozar
dançando com você. Mas estou me sentindo a maior vadia da empresa. O que é
pior, esse gozo delicioso não termina, vou acabar deixando meus gemidos mais
audíveis e talvez até gritar.
-
Acho mesmo que todos já notaram – eu continuava sendo franca – que eu estou
gozando muito aqui, agarrada em você e me esfregando meu corpo inteiro no seu
estimulada pelo meu próprio marido, aquele filho da puta me paga.
-
Então vamos parar, vou leva-la até sua mesa.
-
Não, não quero parar antes de isso acabar. Está bom demaissss!
Eu
ofegava para falar e mesmo ofegante aceitei os lábios que Luís me oferecia e
estremecendo num frenesi inesperado durante aquele beijo apaixonado, senti meu
corpo relaxar após explodir definitivamente no meu mais espetacular gozo.
Amparada
cheguei à mesa. Luís sorria para Fábio que levantou-se e perguntou se ele
ajudaria a me levar para o carro. Luís concordou e meu marido se antecipou dizendo
que nos pegaria na portaria.
Meu
marido deixara o vibrador no máximo, me abandonara nos braços de outro homem e
enquanto esperávamos pela chegada do carro agarrei Luís e o enchi de beijos
enquanto experimentava mais um magnífico gozo.
Fábio,
como bom cavaleiro veio e abriu a porta traseira, me abraçou mantendo-me
equilibrada e disse ao Luís:
-
Você primeiro, mais tarde te trago de volta.
Luís
abriu um largo sorriso, entrou no banco traseiro e me recebeu em seus braços.
Enquanto
Fábio seguia para o motel mais próximo Luís ia desnudando-me e me acariciando e
cheguei no motel só de calcinha vermelha. Mas sendo franca, eu não via mais
nada, não raciocinava, eu queria sexo. Sexo pelo sexo.
Fui
jogada na cama, acariciada por quatro mãos, chupada por duas línguas que se revessavam
arrancando gritos e gemidos agora liberados e quando Fábio sentou no espaldar
da cama me puxando para deitar com as costas em seu peito e arreganhou minhas
pernas facilitando a penetração profunda e intensa que Luís me proporcionou fui
às nuvens.
Só
quem já experimentou pode entender o prazer diferenciado do sexo por amor e do
sexo pelo sexo. Eu estava fudendo com o meu diretor, destituída de qualquer
acanhamento, me sentindo simplesmente mulher. Ou melhor me sentindo todas as
mulheres. Eu era a travessa, a devassa, a putinha, a prostituta, a virgem, a
periguete, a ninfeta, a coroa e o que mais nós fantasiássemos, mesmo sem
compartilhar.
Agora
então que meu maridinho estimula meu grelinho me relaxando para facilitar a
tomada de meu cuzinho que vai sendo carinhosamente arrombado por outro homem,
sinto inexplicáveis sensações como se fosse um pré-orgasmo, cheio de prazer e
de ansiedade por um prazer ainda mais compensador. Que bom ter meu marido me
compartilhando e poder oferecer a ele algo impossível sem a participação de
Luís. Ele esta vendo de um ângulo externo, sem a sua participação ativa e sem
seu envolvimento pessoal o meu prazer sexual se manifestar em sua plenitude o
que abre para nós um novo mundo, novos caminhos, um colorido matizado de cores
vivas, alegres e estimulantes para nosso casamento.
Agora
chega que mesmo só contando preciso gozar sem a sua interferência, meu leitor.
Contador de Histórias
borges.rj@globo.com