Lembrei
hoje de um episódio de minha adolescência que na época me arrasou, acabou
comigo ao ponto de me fazer crer seria um trauma eterno por quase duas semanas
inteiras. Já
não lembro como se chamavam as festas naquele tempo, pode ter sido festa,
baile, discoteca mas o fato é que quase todo final de semana nos juntávamos
para dançar em algum lugar – quanto mais barato melhor e de graça era
simplesmente maravilhoso. Estava
há mais de um mês namorado a mesma “mina”, a Gê (Gê de Gertrudes – não riam).
Ela era maravilhosa e cobiçada por todos os meus amigos, mesmo os mais fiéis.
Eu, me fingindo de seguro, esnobava falando da inveja deles todos, mas por
dentro temia que um deles a conquistasse. Gê era “prafrentex”, minissaia muito curta
realçavam as coxas grossas e bundinha sensacional, sutiã era inimigo das
mulheres na época da libertação, decotes eram ousados, cabelos sempre longos
quase até a bunda e os dela eram dourados e levemente ondulados e, como diziam
meus amigos, estupendos. A
menina era toda sensualidade e estava na fase certa, cheia de hormônios e
curiosidades. Eu, por minha vez, apesar de ser atraente, alto e bem produzido
tinha uma grande deficiência, era duro como um pau, só dançava música lenta que
na época significava ficar parado e agarradinho na pista de dança praticamente
só balançando o corpo. Mas podíamos sentir os corpos colados e, acreditem, era
delicioso! Rapaz
seguro de si, um dos líderes de meu grupo de amigos, eu não dava mancada e como
não “gostava” (não sabia) dançar samba, bolero, lambada (pelo menos o susto me
fez aprender isso tudo), mas liberava minha “mina” para dançar com nossos
amigos se ela quisesse. Só
não estava preparado para a chegada de um estrangeiro em nossa vizinhança e o
Guto (acho que o nome dele era Augusto, mas nunca soube de fato) foi
surpreendente. Chegou, agradou, conquistou a todos nós, era alegre, contagiante
e logo estava assumindo sua própria liderança entre a garotada da “patota”.
Como eu gostava dele, já era quase um dos meus melhores amigos até que neste
dia ele passou a dividir comigo a Gê. Eu dançava as lentas e ele todo o resto.
Dançavam juntos, separado, samba, bolero, lambada, o que pintasse.Eu
ficava me remoendo e embasbacado ao vê-lo jogá-la de uma perna para a outra,
rodar por todo salão, sambavam com maestria. Mas estas festas eram musicalmente
desorganizadas e nenhum estilo durava muito na vitrola. Quando
o casal estava pertinho de mim tiraram o samba e colocaram um disco novo, de um
tal de Secos e Molhados, e os casais pararam de dançar. Eles vieram até mim Gê
na frente e o Guto colado nela, logo atrás, para me devolver a namorada. Ele
parecia constrangido e eu logo entendi. Era escandalosa a sua ereção. Aquilo
foi uma pontada no meu coração juvenil e foi com grande esforço que fingi não
perceber. Ele
se afastou rapidamente e questionei a Gê se ele dançava bem e se a respeitava.
Ela ficou erubescida, mas garantiu que ele era um perfeito cavalheiro e
dançava, sim, muito bem. A
música agradou mas foi só uma, logo os palpiteiros fizeram cair na vitrola a
música lenta. Gê estava com um vestido de costas nuas, marcado na cintura e que
terminava rodado bem na linha da bundinha e enquanto dançávamos eu acariciava
as costas dela e ela, trocando beijinhos comigo, acariciava minha nuca e meu
peito acariciando os pelos então em moda. Eu também ficava excitado ali parado
balançando no meio do salão no ritmo da música lenta. Guto,
já atrevido, veio interromper nossa dança dizendo que era sua vez de dançar
também uma lentinha com a Gê. Enquanto ficava sem reação tive minha alma lavada
pelas palavras agressivas de Gê. - Se
enxerga Guto. Todas as danças são do meu namorado e eu só danço com os outros
quando ele não quer dançar e quem escolhe meus parceiros sou eu. Vi,
desta vez com o coração (e outras partes) aos pulos e transbordando de alegria,
um Guto constrangido se afastar. Ele seguia cabisbaixo e minha autoestima
explodia. Logo
a música lenta parou e o Guto atacou. Antes que ele chegasse mais perto pedi
para ela não dançar com ele. Ele estendeu a mão de longe e lá se foi ela
rebolativa dançar com ele. Acho
que para me provocar ela dançou rebolando tudo que podia e todo mundo soube que
ela estava com uma calcinha amarela combinando com o vestido. Quando ela voltou
para ficar junto a mim ele veio junto e desta vez exibindo acintosamente toda
sua virilidade ereta. A
raiva tomou conta de mim: -
Desta vez será que ele gozou? – perguntei ao ouvido dela sem pensar em mais
nada. -
Babaca! – foi só o que ela falou indo até onde serviam as bebidas e tomou um
cuba libre quase num só gole. -
Praticamente corri atrás dela, pedi desculpas mas fui infeliz mais uma vez
quando ao final comentei: - O
que me revoltou foi ele exibir aquela pica dura mostrando o prazer que teve de
roçar em você enquanto dançavam. Ela
não respondeu, virou as costas para mim e pediu ao rapaz que preparava as
bebidas: - Um
cuba triplo, sem coca-cola. - Vai
beber rum puro? -
Não! Com gelo e limão. – Ela falou abrindo seu melhor sorriso e o rapaz não se
fez de rogado. Logo ela estava tomando um copo cheio de rum Montilla com gelo e
limão. Na
pista está rolando um rock e ela se foi. Passou a dançar sozinha. Guto a
cercava e ela dava as costas para ele. Mas, como já disse, nestas festas não
existia planejamento de estilo musical e ela estava dançando de frente para mim
que me mantive próximo à pista de dança olhando fixo para ela. Ela se exibia quando
começou a tocar uma música qualquer daquelas que eu não sabia dançar. Guto
se aproximou, abraçou ela por trás e ela, quando ia se livrar dele, me viu
irritado virar as costas. Quando voltei a olhar para a pista ela se mantinha
dançando de frente para mim com o Guto agarrado às costas dela. Quando
ela viu que eu estava olhando passou a rebolar e subir e descer o corpo colando
ainda mais a bunda nele ao ponto dele levantar os braços e avançar a pélvis me
mostrando que era ela quem estava roçando nele. Ao
abraça-la na cintura deixou as mãos irem subindo e quando ela mais uma vez
abaixou o corpo ele estava acariciando os seios dela, beijando seu pescoço e as
mãos desciam até as coxas para novamente subir pelo corpo dela sem restrições. Ela,
vingada ria para mim ou de mim. Ele, neste instante, tinha feito ela ficar bem
pertinho de frente para mim e repente ele rodou o corpo dela e beijou-lhe a
boca furiosamente. Quando
ele parou levou uma bofetada forte. Mas ela olhou para mim e me viu rindo. Puxou
o rosto do Guto e, agora, era ela quem beijava ele roçando o corpo num rebolado
sensual. As mãos dele deslizaram das costas para a bundinha dela e pressionava,
pela bunda, o corpo dela contra o dele e ela, com a bunda pressionada, insistia
em rebolar. Mesmo
irado e machucado fui até eles em dois passos, peguei a Gê por uma das mãos e
puxei ela para mim seguindo para fora da festa. Ela, rindo, me seguiu. Tinha
personalidade aquela menina. Já fora da festa tentei beijá-la. Ela se esquivou
e ainda perguntou: -
Você tem certeza de que quer beijar o Guto por tabela? Guto
estava se aproximando mas manteve uma distância prudente do meu rancor e dali
falou com a Gê: -
Você vai ficar muito tempo com esse babaca? Ele
olhou para ele com raiva estampada no rosto, mas ele não se intimidou. -
Estou sozinho. Vou esperar você lá em casa para ver se você é mesmo essa
delícia que parece ser. Conversamos
por meia hora. Eu tentava me desculpar e em seguida a agredia com palavras.
Minha mente estava conturbada e eu perdido entre minha excitação e minha raiva
(eu estava irritantemente excitado com aquela situação de disputa de uma fêmea).
Como eu desejava aquela mulher naquela hora e como isso me revoltava. Como
desejar uma mulher que se enroscara com um amigo nosso? Acabei,
depois de conquistar um beijo na boca, ressentido por ter aceito aquele beijo,
indo embora. Logo me arrependi e voltei procurando na festa por ela, ela não
estava. Corri, cheio de maus pressentimentos, até a casa do Guto e eles estavam
entrando pelo portão aos beijos. Fiquei
esperando ela sair. Como ela não saiu invadi a casa do meu quase melhor amigo e
me aproximei da janela de seu quarto a tempo de ver com que facilidade ele
desembrulhava minha namorada. Ele colocara no toca-fitas algo tipo “dancing
days” e dançava enquanto ela tirava sua camisa, despejava perna abaixo sua
calça boca de sino e tinha o corpo todo beijado enquanto ele ia ajoelhando
traçando sua descida com beijos no corpo que eu acreditava ser virgem e
desejava só para mim. De
joelhos ele se abraçou ao corpo praticamente nu da Gê, girou com ele
posicionando-a de costas para a cama. A calcinha dela foi arrancada e ela
jogada de costas na cama enquanto ele numa surpreendente velocidade atacava a
vulva dela com a boca arrancando os gemidos com os quais eu só sonhara. Minha
namorada experimentava estremecimentos e inegavelmente entrou em forte orgasmo.
Como naquela época nem se falava em camisinha vi ele levantando ao mesmo tempo
que erguia as pernas dela e tentava penetrá-la sem sucesso até que ela veio com
a mão em seu auxílio e entregou-se ao êxtase enquanto era profundamente
penetrada. Guto
era muito mais experiente que eu. Parou no fundo dela e estimulava a dança de
seu corpo que rebolava para aumentar o prazer de um orgasmo que me pareceu
infinito. Ele,
depois de deixa-la com o corpo todo mole, abandonou sua vagina, posicionou-a de
quatro no cento da cama e de pé penetrou mais uma vez aquele corpo que eu tanto
desejava como se cavalgasse uma égua. Passou a xingá-la de vadia. Chamava minha
Gê de “minha putinha”. Dava palmadas naquela bundinha linda, macia e deliciosa.
Ela gritava e seus gritinhos eram de puro prazer. Ele
ainda estava brincando naquelas carnes, levando minha namorada ao delírio e eu
deixei escapar um gemido quando ejaculei sujando minhas cuecas e minha calça.
Quando me recuperei ouvi minha Gê falando alto comigo: -
Gozou meu corninho? Quer mais? Entra e vem brincar também. Completou
gaguejando com falta de fôlego: -
Ele pode entrar, meu macho? -
Vem corno, mas você só vai assistir aqui bem pertinho. Ela é só minha. Corri
para fora daquele quintal, queria chegar em casa em um instante, mas logo depois
de sair portão afora estanquei. Parei. Não pensei em nada e voltei entrando na
casa de Guto e indo direto ao seu quarto. Com o coração aos prantos sentei na
beira da cama, estava em nova ereção, e fiquei ali por mais de uma hora sendo
humilhado por assistir, sem participar de fato, a minha Gê fazendo o Guto
explodir de gozos e ela gemer de prazer nas mãos dele. Cansados
e com todos os horários estourados ela lembrou de ir embora, vestiu-se, deu a
calcinha de presente ao Guto e me fez leva-la em casa como bom namorado e na
despedida, depois de um delicioso beijo em minha boca me sussurrou a seguinte
pergunta ao ouvido: -
Gostou do gosto da porra do Guto? Não é deliciosa? Abandonei
aquela malvada mulher indo para casa com as lágrimas vencendo todas as minhas
resistências e rolando pelo meu rosto e minha mente ia reprisando o último ato
quando o Guto obrigou a Gê a engolir todo seu gozo. Acho
que foi a partir daí que passei a ser o canalha mais disputado pelas meninas da
região e um dos melhores dançarinos do bairro. O sofrimento pode ser a melhor
ferramenta para nossa evolução. Quanto a Gê, hoje, ainda linda e com o corpo
perfeito, está casada, já é avó (foi mãe tão cedo quanto sua filha), e continua
querendo me conquistar, sempre sem sucesso. O Guto continuou sendo um colega
por algum tempo e tivemos muitas aventuras juntos. Hoje, depois de se descobrir
homossexual, transformou-se em um estilista de renome entre as celebridades
televisivas. E eu? Entre muitas realizações profissionais virei até escritor de
contos.
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Por trás dos muros daquela mansão a família Lord
escondia segredos inconfessáveis.
O mordomo sabia demais, mas nada poderia revelar.
Ninguém ouviu os tiros que o calaram. Seu corpo
jazia, pela manhã, no fundo da piscina e o
Inspetor Luís via todos que moravam na mansão
da renomada família paulistana como suspeitos.
Os Lord formaram uma corrente na defensa de seus
segredos.
Todavia, como toda corrente, ela era tão forte como
seu elo mais fraco.
Para romper esse elo o Inspetor Luís foi implacável
e trouxe à tona um mar de lama que pode destruir a
todos que conviviam naquele lar:
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As Grutas de Spar
A família Lobo chega à Maricá para as férias de verão!
Casinha branca, de frente para a praia, onde um grupo jovem se reúne com os filhos do casal e planejam explorar as Grutas de Spar e outras aventuras.
Lobo, sua esposa e os jovens estarão em meio a um emaranhado de romances, conquistas, intrigas e mistérios.
A casa pertencia ao autor de furto no exterior e a fortuna roubada estava em Maricá.
Comparsas do roubo, companheiros de cela e todos que descobrem essa história entram na Caçada ao Tesouro.
A polícia também está em Maricá para recuperar o dinheiro roubado. Fazendo justiça com as próprias mãos surge o anti-herói Motoqueiro-Negro.
Os aventureiros desta vez vão enfrentar mais do que amores de verão. Estarão diante riscos e perigos, inclusive de morte.
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